Servidores da Receita Federal aprovam greve a partir de hoje

Os servidores da Receita Federal aprovaram o início de uma greve nacional da categoria, que deve começar hoje. Eles estão insatisfeitos porque o orçamento público aprovado para o ano que vem cortou verbas destinadas à instituição. Além disso, o texto aprovado no Congresso Nacional não prevê recursos para reajustar os vencimentos dos funcionários da instituição.

A decisão de entrar em greve foi tomada em uma assembleia geral dos trabalhadores com quase 4,3 mil participantes. Segundo o Sindifisco, que é o sindicato dos auditores fiscais, quase 100% dos servidores apoiaram a paralisação.

Os funcionários da Receita também manifestaram apoio aos funcionários que estão entregando seus cargos na instituição. Desde o dia 15 de dezembro, auditores de todo o país estão abrindo mão das funções de chefia em protesto contra a falta de reajuste. Essa mobilização se acelerou com a aprovação do Orçamento 2022 no Congresso Nacional sem a previsão de recursos para os servidores da Receita Federal.

Na sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse que um reajuste aos funcionários da instituição teria um impacto pequeno nas contas públicas, e disse que o Ministério da Economia poderia ter incluído essa previsão no orçamento do ano que vem.

Segundo o Sindifisco, mais de 700 postos de chefia foram entregues na instituição, até o momento, em protesto contra os cortes no orçamento. Com a greve que começa hoje, os servidores da Receita vão fazer operação padrão nas aduanas, com exceção a alguns tipos de cargas, como medicamentos e insumos da saúde. A paralisação não deve afetar o trânsito de quem está em viagem internacional.

Fonte: Agência Brasil

Governo reduz em 10% Imposto de Importação de bens comercializados

O governo federal decidiu reduzir em 10% as alíquotas do Imposto de Importação sobre 87% dos códigos tarifários que compõem a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), abrangendo bens como feijão, carne, massas, biscoitos, arroz, materiais de construção, dentre outros. A redução, a mais abrangente já adotada no país, é temporária e excepcional, com objetivo de contribuir para aliviar uma das consequências econômicas negativas da pandemia da Covid-19, que foi o aumento dos preços em diversos setores da economia e para o consumidor final.

A decisão foi tomada na 6ª reunião extraordinária do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e irá contribuir para o barateamento de quase todos os bens importados, beneficiando diretamente a população e as empresas que consomem esses insumos em seu setor produtivo. A Resolução Gecex nº 269/2021, que regulamenta a medida, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União desta sexta-feira (05/11).

O secretário executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys explicou que a decisão vai ajudar o país a enfrentar os impactos econômicos causados pela pandemia. “Estamos vendo uma situação global de alta de preços de alimentos, de combustíveis. É importante que utilizemos os instrumentos ao nosso alcance para ajudar a população a ter preços menores, custos menores, a ter melhores condições de concorrência em nossa economia”, destacou Guaranys, durante entrevista coletiva virtual realizada na tarde desta sexta-feira para apresentar os detalhes da medida.

A redução de alíquotas do imposto de importação contribuirá para refrear a pressão disseminada sobre os preços e possibilitará o maior acesso a bens de consumo, diminuindo o impacto na renda real das famílias. O Gecex levou em consideração o atual contexto macroeconômico nacional, que está sob graves restrições de oferta, em particular de bens comercializáveis. Foram considerados, por exemplo, dados presentes na mais recente edição do Relatório de Inflação do Banco Central (BC). O relatório destaca, entre outras informações, a alta de 5,56% nos preços da indústria de transformação apurada pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) no trimestre encerrado em agosto.

O secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Roberto Fendt, destacou que a pandemia causou uma disrupção nas cadeias de suprimento no mundo inteiro, provocando altas de preços não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. “Essa medida tem por objetivo atenuar as consequências para a população de menor poder aquisitivo, que está sofrendo com a inflação. Temos enorme interesse em atenuar esse impacto”, afirmou Fendt.

Adicionalmente, a decisão do Governo busca dar mais um passo em direção à abertura comercial do país, expandindo a concorrência para a redução de preços e, consequentemente, para o aumento da renda e do crescimento econômico. Destaquem-se, ainda, os esforços empreendidos pelo Brasil junto aos sócios do Mercosul no sentido de modernizar a Tarifa Externa Comum do bloco, que nunca foi objeto de revisão abrangente desde o seu estabelecimento em 1995. O tema tem sido amplamente debatido entre os Estados Partes desde março de 2019. “A reforma da TEC não termina aqui, continuará. Será feita de forma previsível, gradual”, destacou o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz.

As negociações junto aos parceiros estão em fase avançada para que a redução temporária ora proposta, converta-se em permanente, respeitando-se, sobretudo, os princípios do Mercosul.   Assim, a redução tarifária ora efetuada pelo Brasil se encontra alinhada ao status atual das negociações em curso no âmbito do Mercosul e respeita as posições dos sócios que foram manifestadas até o presente momento.

A redução das alíquotas do imposto de importação para os produtos abrangidos entrará em vigor a partir da próxima sexta-feira (12/11), com prazo de vigência até 31 de dezembro de 2022. A secretária-executiva da Camex, Ana Paula Repezza, explicou que são mais de oito mil linhas tarifárias contempladas pela redução de alíquota. “Há desde produtos destinados ao consumidor final até uma série de insumos e bens intermediários para a indústria, o que pode ajudar na recuperação da economia”, afirmou a secretária.

Sobre Camex e Gecex

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) tem a atribuição de formular, adotar, implementar e coordenar as políticas e atividades relativas ao comércio exterior brasileiro, à atração de investimentos estrangeiros diretos, aos investimentos brasileiros no exterior, aos temas tarifários e não tarifários e ao financiamento às exportações.

O Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) é o núcleo executivo colegiado da Camex, responsável por definir alíquotas de importação e exportação, fixar medidas de defesa comercial, e internalizar regras de origem de acordos comerciais, entre outras atribuições. Segundo o Decreto nº 10.044/2019, o Gecex é integrado pela Presidência da República, pelos Ministérios da Economia, das Relações Exteriores e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Acompanhe o Lançamento do Time Release Study (TRS) para Exportação

Após o bem-sucedido relatório do estudo sobre tempos de despacho (Time Release Study – TRS) na importação, em junho de 2020, com repercussão nacional e internacional, a Receita Federal, com o apoio do Banco Mundial e da Organização Mundial das Aduanas (OMA), realizará o evento para dar início ao TRS Exportação, no dia 16/11, às 10:00, com transmissão em seu canal no Youtube.

O estudo contará com a participação de diversos participantes na exportação, tanto públicos (SECEX, Ibama, ANVISA, MAPA), como privados (PROCOMEX, depositários, transportadores, despachantes e exportadores).

A realização do TRS, utilizando-se a metodologia da OMA, é recomendada no Acordo sobre a Facilitação do Comércio, servindo para identificar entraves e ineficiências no fluxo de comércio exterior. Os achados e a identificação de problemas servirão para nortear a busca por soluções para os principais dilemas que interferem na agilidade, facilitação e fluxo das cargas na exportação.

Acesse: Lançamento do Time Release Exportação – TRS Expo – YouTube

Brasil atinge menor tempo médio para a abertura de empresas

A transformação digital, as medidas de simplificação empreendidas pelo governo federal e a popularização da assinatura gov.br nas Juntas Comerciais são considerados os principais fatores que conduziram o Brasil a uma marca inédita: a possibilidade de abrir uma empresa em menos de dois dias, em média, no país inteiro. Mais precisamente, o tempo seria de 47 horas, ou seja, um dia e 23 horas. É quase um terço do tempo que era gasto pelos empreendedores para a abertura de negócios em janeiro de 2019, quando o processo demorava, em média, cinco dias e nove horas.

“Essa marca histórica foi obtida com a integração digital de todas as Juntas Comerciais, impulsionada pelo Governo Federal, e medidas de simplificação, como o registro automático, além da difusão da assinatura digital e gratuita pelo gov.br”, ressalta o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Mario Paes de Andrade. “Um empreendedor hoje pode abrir seu negócio da poltrona de casa, na comodidade, sem se preocupar com a assinatura de papelada”, destaca.

Atualmente, 23 das 27 Juntas Comerciais do país já utilizam a assinatura pelo gov.br. No estado de São Paulo – onde estão em funcionamento 28% das empresas do país – essa novidade passou a valer na capital no último mês de agosto. No Brasil, há 18,7 milhões de empresas ativas, sendo 5,33 milhões delas em São Paulo.

Nos estados de Goiás e Espírito Santo, e no Distrito Federal, já se pode abrir uma empresa em menos de 24 horas, em média. Na Junta Comercial de Brasília, há hoje a melhor marca do país: 20 horas. Essa realidade vem surpreendendo novos empreendedores, como o professor universitário aposentado Domingos Spezia, 66 anos, que abriu uma empresa em setembro. A missão de seu negócio é, segundo ele, justamente a de ajudar a reduzir a mortalidade de micro e pequenas empresas pela falta de preparo dos empreendedores.

“Eu pensei que abrir uma empresa seria muito complicado, porque muitos órgãos públicos ainda não têm o mesmo atendimento presencial de antes da pandemia, não voltaram, e minha memória ainda era dos tempos difíceis. A verdade é que não precisei me deslocar fisicamente para nada”, conta Spezia, ex-professor de Administração na Universidade de Brasília (UnB). “A gente na universidade ensinava aos alunos que abrir uma empresa podia demorar até seis meses, mas houve medidas nos últimos anos que nos trouxeram um ganho excelente de tempo, nos deixaram adiante de muitos países desenvolvidos. E o gov.br foi o principal empreendedor dessa automação em todas as áreas”, afirma o ex-docente.

Estratégia de Governo Digital

A meta nacional definida na Estratégia de Governo Digital 2020-2022, até o final do próximo ano, é a de abrir empresas em até um dia em todo o país. Conforme o diretor do Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração (Drei), André Santa Cruz, a assinatura eletrônica do gov.br foi fator decisivo este ano na redução do tempo de abertura de negócios. Na Junta do Distrito Federal – a primeira a utilizá-la – já começou a valer em fevereiro. “É uma ferramenta importantíssima, já que as Juntas Comerciais hoje utilizam processo digital. Usar a assinatura do gov.br para a formalização dos novos negócios reduz o tempo e o custo dos empreendedores brasileiros”, acrescenta Santa Cruz. Segundo ele, não é mais necessário dispender recursos com reconhecimento de firma ou com certificado digital para abrir ou alterar os registros de uma empresa.

Ministério da Economia e Apex assinam acordo para expandir a presença do artesanato brasileiro no mercado internacional

O Ministério da Economia e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), assinou nessa quarta-feira (27/10) um acordo concebido para dar mais visibilidade ao artesanato brasileiro no mercado internacional. No memorando de entendimento, as instituições se comprometem a colaborar mutuamente para a organização de projetos capazes de atrair compradores internacionais para a participação em feiras estratégicas de artesanato no Brasil. Além desse acordo, assinado pelo secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, e pelo presidente da Apex-Brasil, Augusto Pestana, outra importante iniciativa foi anunciada na abertura oficial do 14º Salão do Artesanato – Raízes Brasileiras, em Brasília: a Trilha do Artesão Brasileiro, que oferecerá  um conjunto de capacitações gratuitas para incentivar os empreendedores a recuperarem o faturamento e inovarem mais.

“Temos trabalhado intensamente na modernização das condições de trabalho do artesão”, disse Carlos Da Costa. Artesões de todo o Brasil estiveram presentes à inauguração. “O artesanato brasileiro tem muito potencial e, por isso, merece chegar ao mundo inteiro. Vamos trabalhar juntos em prol desse crescimento”, ressaltou o secretário durante o evento, do qual também participou a subsecretária de Facilitação de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Glenda Bezerra Lustosa.

Acordo entre Ministério da Economia e Apex

O acordo firmado entre o Ministério da Economia e a Apex estabelece que o trabalho de prospecção de mercado internacional será coordenado pelo escritório da Agência em Bruxelas, na Bélgica. Isso porque os países da Europa são importantes compradores de produtos do artesanato brasileiro, sobretudo artigos de decoração e têxteis. Em 2019, esse mercado movimentou 149 bilhões de euros.

A Apex-Brasil prevê executar dois projetos compradores em 2022: um durante a Feira Internacional de Artesanato de Pernambuco (Fenearte), em julho, e outro na Feira Nacional de Artesanato, em Belo Horizonte, em dezembro. “O artesanato sempre esteve contemplado na nossa agenda, na capacitação e na organização das várias rodadas de negócios, e agora, com esse memorando, elevamos o nível de apoio. Fazemos uma nova aliança em prol do artesanato com o Ministério da Economia, que envolve também o Sebrae [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas] e o Ministério das Relações Exteriores, em benefício dos artesãos”, disse Augusto Pestana.

O acordo firmado nesta quarta-feira reforça o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), desenvolvido pelo Ministério da Economia e pelo Sebrae, que promove a capacitação de artesãos, como pontuou o gerente da Unidade de Competitividade do Sebrae, César Rissete. “Temos um artesanato que merece essa conquista internacional”, enfatizou.

O artesanato brasileiro tem alto potencial de exportação. De acordo com levantamento da Apex-Brasil, há demanda internacional, principalmente da Europa, por produtos de artesanato, inclusive de alto valor agregado. O mercado europeu de produtos de decoração e têxteis para o lar (HDHT) vinha crescendo continuamente nos últimos anos, até o impacto da pandemia de Covid-19.

Trilha do Artesão

Fruto de parceria entre o Sebrae e o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), a Trilha do Artesão Brasileiro faz parte do conjunto de iniciativas que integram o plano de trabalho do Acordo de Cooperação Técnica firmado em outubro de 2019 entre o Sebrae e o Ministério da Economia (por meio da Sepec) com o propósito de desenvolver o artesanato brasileiro.

Além de ações voltadas à digitalização, a Trilha também priorizará iniciativas de capacitação em gestão e comercialização de produtos. Haverá estímulo para que os empreendedores se beneficiem da participação no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab). O cadastramento permite a emissão da Carteira Nacional de Artesão, que possibilita a participação em feiras de artesanato nacionais e internacionais, em oficinas e em cursos de artesanato. Alguns estados também oferecem aos artesãos cadastrados incentivos fiscais e isenção do ICMS na comercialização dos produtos. Atualmente, o sistema possui 172,4 mil empreendedores registrados.

Salão do Artesanato

O 14º Salão do Artesanato – Raízes Brasileiras está sendo realizado no Shopping Pátio Brasil até 31 de outubro, das 10h às 22h, com entrada gratuita. Um dos maiores eventos do setor no país, o Salão apresenta, nesta edição, mais de 500 trabalhos de artesãos de 22 estados e do Distrito Federal.

Com informações do Ministério da Economia

Notícia Exportação n° 036.2021 – Alteração de modelos de LPCO da Anvisa

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informa que a partir de 06/10/2021 os modelos de LPCO de exportação a serem solicitados no módulo de Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos (LPCO) do Portal Único de Comércio Exterior, para anuência pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), serão alterados conforme abaixo:

TA E0202, Modelo E00125: Sangue e hemocomponentes

Inclusão do campo “Expediente de autorização da exportação” (ATT_4020)
O formulário passa a aceitar mais de um item de LPCO
O texto de “Informações ao exportador” será alterado
TA E0186, Modelo E00119: Terapias Avançadas

Exclusão do campo “Expediente de autorização da exportação” (ATT_4020)
O formulário passa a aceitar mais de um item de LPCO
O texto de “Informações ao exportador” será alterado
Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior

Fonte: Siscomex

Notícia Exportação n° 035.2021 – Proposta de alteração de RE AVERBADO

A Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior (Suext), da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), informa que, a partir de 13 de outubro de 2021, a análise de propostas de alteração dos Registros de Exportação (RE) averbados envolvendo a inclusão de enquadramento de drawback suspensão (81101), atividade antes delegada ao Banco do Brasil, passa a ser realizada exclusivamente pela Coordenação de Exportação e Drawback (COEXP).

Após realizar uma proposta de alteração que envolva a inclusão do enquadramento indicado no parágrafo anterior, solicita-se que seja enviada mensagem de correio eletrônico para o endereço suext.coexp@economia.gov.br, indicando no assunto tratar-se de proposta de alteração de RE averbado, bem como o número do RE. A SUEXT procederá com a análise da proposta e o exportador poderá acompanhar o processo no próprio Módulo Comercial do Siscomex Exportação Web (NOVOEX).

Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior

Fonte: Siscomex

Superávit da balança bate recorde anual em nove meses, com US$ 56,4 bilhões

A balança comercial brasileira alcançou superávit recorde de US$ 56,4 bilhões nos nove primeiros meses de 2021, com crescimento de 38,3%, pela média diária, em relação mesmo período do ano passado. Os dados divulgados nesta sexta-feira (1º/10) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia mostram que as exportações até setembro subiram 36,9%, atingindo US$ 213,9 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 156,8 bilhões, em alta de 36,4%. A soma de exportações e importações resultou em uma corrente de comércio de US$ 370,01 bilhões, em crescimento de 36,7%.

“No acumulado de janeiro a setembro, o resultado já é bastante representativo do que vai ser 2021. O saldo comercial é recorde para períodos de janeiro a setembro e, mesmo se considerarmos períodos de 12 meses, ele é recorde”, destacou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, em entrevista coletiva. O recorde anual anterior foi de US$ 56 bilhões, em 2017.

Considerando apenas os meses de setembro, o Brasil também registrou recordes nas exportações e na corrente de comércio. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, as exportações cresceram 33,3% e somaram US$ 24,28 bilhões. As importações subiram 51,9% e totalizaram US$ 19,96 bilhões. Assim, a balança comercial fechou setembro com superávit de US$ 4,32 bilhões, recuando 15%, e a corrente de comércio subiu 41,1%, alcançando US$ 44,25 bilhões.

Veja os principais resultados da balança comercial

Preços e volumes

Herlon Brandão explicou que houve um pico das exportações em junho, quase US$ 1,4 bilhão na média diária, e agora há uma redução, mas com um valor relativamente estável, em torno de US$ 1,2 bilhão nos últimos três meses, também na média diária. “Temos um crescimento dos volumes exportados no ano, mas com a receita sendo muito influenciada pelo aumento dos preços até o segundo trimestre. Agora, já há uma desaceleração”, observou.

Ele salientou que houve uma redução, principalmente, do preço do minério de ferro, que chegou a um pico de US$ 160/tonelada, em agosto, e hoje está sendo exportado por US$ 120/tonelada. Ainda assim, o valor está muito acima do que se viu no ano passado. “Há uma desaceleração do efeito preço e um volume ainda crescente ao longo do ano”, ponderou.

Setores

A Indústria Extrativa vem se destacando nas exportações do acumulado do ano, com aumento de 76,6%, puxado por petróleo e minério. Já na Indústria de Transformação, a alta foi de 26,7%, enquanto as vendas de agropecuária subiram 21,2%.

Brandão salientou que os bens agropecuários apresentam volume decrescente de exportações (-8,7%), principalmente sob influência do milho, pois as vendas de soja se mantêm com volumes equilibrados. Já os preços na Agropecuária cresceram 23,7%.

Do lado das importações, as compras de bens de capital, que até junho estavam em queda, agora se recuperaram e passaram para o terreno positivo, com aumento de 3% no acumulado do ano. O destaque nesse setor foi das compras de máquinas e veículos de carga. No segmento de bens intermediários, as maiores compras foram de insumos eletroeletrônicos, adubos e fertilizantes. O subsecretário pontuou a importância dos bens importados para a produção interna.

Principais destinos e origens

Entre os destinos, as exportações para os Estados Unidos subiram 47% até setembro e já representam 10,4% das vendas brasileiras. A China, maior parceiro comercial do país – com 34,3% de participação –, teve alta de 32,6%. Já para a Argentina as exportações subiram 47,5%, e para a União Europeia houve aumento de 32%.

Nas importações, as compras de produtos da Argentina cresceram 44,7% nos nove primeiros meses, totalizando US$ 8,14 bilhões. Dos Estados Unidos, o aumento foi de 29,8%, com US$ 27,30 bilhões. A China vendeu 34,8% a mais para o Brasil, chegando a US$ 34,48 bilhões, e a União Europeia aumentou suas vendas para o País em 25,7%, somando US$ 27,92 bilhões.

Previsões

A Secex também apresentou a previsão atualizada dos resultados do comércio exterior brasileiro para 2021. O modelo de previsão está disponível no portal do Ministério da Economia

A estimativa é de que as exportações atinjam US$ 281 bilhões, um recorde histórico absoluto, mesmo com uma redução em relação às previsões apresentadas em julho, quando o valor era de US$ 307,5 bilhões. O crescimento estimado é de 34,3%. “Estamos projetando três meses pra frente, em linha com o que observamos até agora”, explicou o subsecretário.

Segundo ele, a exportação cresceu 36% no acumulado de 12 meses, então deve acontecer uma ligeira desaceleração nos próximos meses, convergindo para esse aumento em torno de 34%, considerando o desaquecimento dos preços dos produtos exportados.

Na importação, ocorre o contrário. Como os preços se aquecem, influenciam a despesa com importação, elevando a projeção para US$ 210 bilhões. Assim, o saldo estimado diminuiu para US$ 70,9 bilhões contra US$ 105,3 bilhões das previsões de julho, mas ainda batendo um recorde.

“Já batemos um recorde, mesmo se considerarmos anos fechados”, reforçou Brandão, citando os US$ 56,4 bilhões de saldo para nove meses. Então, esse recorde deve se acentuar para US$ 70,9 bilhões em 2021, o que está em linha com as previsões de Banco Central e de mercado.”

A soma das exportações e importações, segundo a Secex, também vai gerar um recorde da corrente de comércio, com US$ 491,1 bilhões. Esse valor representa um aumento de mais de 30% sobre o ano passado.

notícia foi publicada em 01/10/2021 na página do Ministério da Economia.

CONFAZ CONGELA ICMS SOBRE COMBUSTÍVEIS POR 90 DIAS

O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) aprovou, por unanimidade, o congelamento do valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado nas vendas de combustíveis por 90 dias. A decisão foi tomada pelo colegiado em sua 339ª Reunião Extraordinária, realizada na manhã desta sexta-feira (29/10). O objetivo é colaborar com a manutenção dos preços nos valores vigentes em 1º de novembro de 2021 até 31 de janeiro de 2022.